segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Desfecho *

Pra mim era vergonhoso tocar naquele assunto com a minha mãe e com o meu namorado. Por isso eu sempre tentava evitar. Os dias foram se passando e eu fui começando a aceitar a minha gravidez, eu já não me assustava tanto com o assunto, percebi que o amor maternal estava começando a crescer dentro de mim. Minha mãe sempre deixou claro pra mim e pro meu namorado que era nós dois que ia contar pro meu pai, pois ela sabia que a culpa ia cair pra cima dela. Mais não foi bem assim que aconteceu .. Eu já estava cansada de ouvir todo dia minha falando na minha cabeça, de ouvir ela falando que eu teria que casar, peguei meu celular, e liguei chorando pro meu pai, implorando pra ele me tirar daqui de casa, que eu não aguentava mais minha mãe. E aí ele me disse : - Oque foi? Sua mãe tá ficando louca é? Passa o telefone pra ela, que agora ela vai ouvir! .. Passei o telefone pra minha mãe, e pra minha surpresa ela diz : - Oque foi? É que a sua filha tá grávida! .. Quando eu ouvi aquilo eu juro que eu não acreditei, não queria que meu pai soubesse naquele momento, na verdade, não daquele jeito. Minha mãe estava longe de mim falando com ele no celular, e eu conseguia ouvir ele gritando, colocando toda a culpa em cima da minha mãe. E a única coisa que eu ouvia é '' ela vai casar, ela vai casar, e ela vai casar! '', aquelas palavras me deixavam tremendo. Como assim? Eu vou casar ? Eu tenho 16 anos, meu namorado 18, como isso?
Os dias foram se passando, e eu me pegava sempre conversando com a minha filha, colocando a mão na minha barriga, e prometendo pra ela que tudo daria certo. Eu e meu namorado ainda não falávamos muito sobre a minha gravidez. Até que um dia eu tava sentindo muita cólica, muita mesmo, e aí nós dois fomos ao médicos, sozinhos. Meu hospital é o da Policia Militar e só tem um pronto socorro aqui em São Paulo, e fica lá no Cambuci. Meu padrasto ensino um pouco do caminho pra gente, de como chegar lá de ônibus, e aí a gente foi se virando, mesmo sem ter a minima noção de como fazia pra chegar lá. Descemos do metrô, e vimos uma placa indicando aonde ficava o hospital, achamos que não era tão longe e resolver ir a pé mesmo. Meu Deus, nunca andei tanto na minha vida, era uma avenida chamada Lins de Vasconcelos, a gente andava, andava, andava e não chegávamos nunca no hospital. Eu já estava passando mal, pois eu só tinha tomado café da manhã, e já era 14 horas, eu estava morrendo de sede, morrendo de calor. Estávamos super cansados, mais ele me fazia rir tanto, me fazia tão bem a presença dele que fui ficando melhor. Chegamos lá, e não demorou muito pra sermos atendidos. Quando eu cheguei na sala da Médica eu estava tremendo de verdade, pois eu estava com medo de ter acontecido alguma coisa com o meu bebê, ela me examinou, e graças a Deus estava tudo bem, e aí ela explicou que aquelas dores que eu estava sentindo eram normal no início da gravidez porque meu útero estava crescendo, ela pediu pra que eu fizesse um exame de urina, e depois voltasse lá pra ela ver. Eu juro pra vocês que naquele dia eu me senti a mulher mais amada do mundo, meu namorado ficou ao meu lado o tempo todo, saímos do hospital era 6 horas da noite, ele não tinha comido nada, estava cansado, mais estava lá comigo. E foi a partir daí que começamos a conversar sobre a nossa bebe, sobre casamento, sobre a nossa família. Hoje, eu não me arrependo de ter engravidado. Claro que poderia ter acontecido um pouco mais tarde, mais se Deus me confiou essa criança, hei de ser capaz de amar e de cuidar. Agradeço todos os dias pelos dois presentes maravilhosos que Deus me deu, que foi o meu namorido e a minha filhota! Cada dia que passa meu amor só aumenta pelos dois ... Obrigado meu Deus por me permitir de ser tão feliz ..

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